8.6.03

Conversas de boteco
(um post a la Zazoeira)

- Você não odeia essas pessoas que repetem a pergunta quando respondem?
- Se eu odeio pessoas que repetem a pergunta quando respondem? É claro!

* * *

- Se eu fosse você, trataria de me agarrar agora mesmo.
- Se eu fosse você, me suicidaria.

* * *

- Quantos anos você me dá?
- Trinta e sete...
- Errou. Trinta.
- ... mas com corpinho de trinta e seis...

* * *

- Bebida é uma merda.
- O que você faz neste bar então?
- Sei lá, é o vício. Devo ser um coprófilo enrustido.
- Que bosta.
- Rá, rá.

* * *

- Bundinha. Tem que ter bundinha.
- Prefiro peitões. Daqueles em que a gente enfia a cabeça no meio dos dois e faz blrlrrr com a boca.
- Necas. Peitões tem pouco prazo de validade.
- A vida não tem muito prazo de validade.
- Ih, sem papo-cabeça...

* * *

- Não me conformo. A Marta foi uma pessoa com tanta sorte na vida, e no entanto jamais foi capaz de perceber o quanto era feliz.
- Sim, é verdade. Que azarada, não?

* * *

- Admiro as pessoas que falam, porque elas têm a coragem de se expor ao julgamento prévio das pessoas.
- Sei.
- É como aqueles alunos que levantam a mão toda vez que o professor pergunta se alguém tem alguma dúvida. Quase sempre a dúvida de um é a dúvida de muitos outros.
- A-hã.
- De certa forma, são como porta-vozes daqueles que não tiveram coragem de se expressar. Dão a cara a tapa, ficam vulneráveis, arriscam-se ao julgamento alheio ou de fazer papel de palhaço em nome da minoria silenciosa.
- Tá, tá. Eu sei aonde você quer se chegar. Mas precisava perguntar ao professor de biologia o que acontece se uma mulher peida durante o sexo anal?
- Porra, vai dizer que só eu tinha essa dúvida? Tudo bem, um herói nunca recebe o devido reconhecimento.
- A-hã.

* * *

- Chorei quando o Titanic começou a afundar.
- Pô, não conta o final do filme.


Pensar Enlouquece. Pense Nisto.

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