9.7.03

- Eu te amo.
- Eu também.
- Eu que amo.
- Nada disso, quem ama sou eu.

Tinha múltipla personalidade, todas bem diferentes entre si. A não ser pelo amor que tinham por ela. Ela achava meio estranho, mas pensava que esse negócio de múltipla personalidade era só piada – afinal, uma dessas facetas era bastante brincalhona. Até que a piada perdeu a graça: “Chega! Acabou! Vai procurar a mulher barbada, freak duma figa!!”

- Ei, ela falou com você.
- Comigo não, foi com você.
- Não, deve ter sido com ele.
- Que nada, foi com um de vocês.

Aquela discussão foi demais para a pobrezinha. Num átimo, ela pegou uma machadinha (é sempre bom ter uma à mão) e cravou nas costas dele(s). Quando voltou a si, deparou-se horrorizada com o corpo morto do namorado. Não sabia o que fazer. Até ter a idéia de vender seu cérebro para a pesquisa científica.

esquizofrenia by Veríssimos

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