26.7.03

Madrugada...

Tudo deveria estar em silêncio, mas não está.
Eu ouço gritos de pessoas correndo lá embaixo - uns dando gargalhadas, outros fugindo dos perigos das ruas;
Eu escuto lá de longe freadas bruscas, dos cruzamentos de avenidas - são motoristas e acompanhantes apressados (correndo antes que amanheça, depois de tantas farras);
Eu ouço sirenes (não sei, se de ambulâncias ou de polícia).
A madrugada é o silêncio dos oprimidos e é o barulho dos que festejam;
A madrugada é a solidão dos esquecidos ou dos que esqueceram de sonhar;
A madrugada é o (des)encontro dos que se amam;
A madrugada tem cheiro forte de travesseiro;
Mas o que mais incomoda é o silêncio interno em que me escondo neste décimo andar;

solilóquio no interlóquio

Nenhum comentário: