20.8.03

Por mais esquizofrênico que possa parecer, fato é que temo perder aquilo que não possuo. E inicio, assim, uma espécie de Jogo de Nervos, que consiste em um amálgama de reclamações, carinhos esparsos e atitudes infantis. Fazer o quê? Abrir o jogo do não-me-aconselho-a-ninguém para que ele fuja assustado? Contar meus piores segredos? Abrir caixas, baús, passados e dizer "está tudo aqui"? Não. Ele não suportaria. Mal sei como suporto. Se pudesse, jogaria tudo fora. Atearia fogo no que já passou. Começaria na linha de largada, e não nesses 25 anos cansados de histórias vividas às pressas, às cegas, às avessas. Não posso. Talvez minhas reclamações resultem justamente dessa dor. Talvez elas sejam a única forma de conviver com meus silêncios, com o medo de revelar meus fracassos podres. O passado condena, mas o presente liberta. Mereço um crédito. Que parta dele. Que parta de mim, também. Porque crer em mim não tem sido nada fácil.

quero ser Elke Maravilha!

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