- E o que é que o senhor tem?
- jkshnygxuiw aqui na minha cabeça.
- Dor de cabeça?
- Não, é um ôco. É vazia. Só tem ar dentro da minha cabeça.
- Hum...
- E essa mulher falando que eu não agüento mais.
- Hum... Quem é a mulher?
- E eu sei?
- Hum.
- Mas como me aperreia, essa danada!
- É só ela? Ou tem mais gente?
- Agora é só ela. Mas uma vez ou outra aparece mais gente.
- E esse pessoal todo, o que é que eles dizem?
- Um monte de coisa. Um mundo! Até egípcio eles falam.
- Egípcio?
- É.
- E faz quanto tempo que essas vozes apareceram?
- Oxe. Pra mais de ano.
- Hum. São vozes mesmo da cabeça do senhor ou são de fora?
- E a minha cabeça vai lá ter voz que num é a minha?
- É verdade...
- Agora mermo, ói, ela tá perguntando o que danado eu tô fazendo aqui.
- Mas que atrevida, não? Num tá vendo que o senhor tá se consultando?
- Atrevida! Ouviu aí? Sua atrevida!
...
- Às vezes eles dizem que são da polícia. Que vão me matar. Às vezes eu até mostro meus documento pra eles, pra dizer que sou um sujeito bom. Mas a senhora pensa que adianta? Aí depois quando eu vejo num era polícia nem nada, era só um bocado de árvore. E eu perdi meus documento tudo. E num sabia mais voltar pra casa.
Fiquei com pena do pobre. Tão sofrido.
autonauta da cosmopista
29.9.03
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