3.11.03

Nunca acreditei em Deus. Mas na juventude, tinha a mania juvenil de perder tempo e esforço em provar coisas. Queria provar que Deus não existia. Gastei muito tempo sendo um ateu.
Depois, descobri a solução dos meus problemas. Economizei tempo pra sacanagem e pra amizade, e não discuti mais a existência de Deus. Se Deus existe ou não, não me preocupa. Tornei-me um agnóstico, a melhor das conveniências.
Imagino que na velhice, lá no leito de morte, acabe acreditando em Deus. Mas não tenho ilusões. Será uma crença absolutamente pragmática. Pragmática e interesseira. Ainda assim, me recuso a pagar seguro, acreditando diariamente na existência do tal Deus.
Sobre o tema, continuo a achar que não há melhor argumento do que o famoso silogismo de Epicuro, um ídolo permanente. Quando a tentação juvenil de discussão volta à cena, vale soltar o bordão. Aí vai:

"Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode. Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus. Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus. Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto, nem sequer é Deus. Se pode e quer, o que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males? Por que razão é que não os impede?"

Ainda assim, não troco uma boa piada por toda essa discussão.

o AMARAR tá de volta à Capitar

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