16.6.04

O pior desse negócio de quebrar a cara com freqüência é que você vai adotando certos cuidados, tirando aos poucos toda a graça da aventura amorosa. Eu, que sempre fui maluco e arrojado quando se tratava do sentimento com nome de paçoquinha, me vejo agora olhando para os lados com desconfiança, avaliando o terreno, como uma barata de laboratório cansada de levar choques a cada passo em falso.
Dizem que é bom ter cuidado, ir com calma, essas coisas. Sei não, sei não... Sinto-me como o velho trapezista que, balançando-se preso por um cabo de segurança e vendo a rede lá embaixo, dá um sorriso triste e sente saudades do tempo em que se lançava no vazio de olhos vendados.

Jesus, me chicoteia!

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