EXCLUSÃO SOBRANCELHAL
Tudo o que sei e não me foi ensinado por Apollo, o Doutrinador, ou pelo coronel Trautman eu aprendi lendo as revistas da turma da Mônica. Uma das histórias mais tocantes que li foi aquela em que Cascão, o revolucionário, era vítima da borracha de um desenhista malvado (le mauvais démiurge) e ficava sem sobrancelhas. Nosso herói se desesperava: "Cebolinha, e agora? Ninguém mais vai saber quando estou alegre, triste ou bravo!". (Fosse eu o Cebolinha, diria algo como "foda-se, pior é ser caleca". Mas divago, desculpem.)
Foi essa historinha cidadã que despertou minha atenção para o gravíssimo problema da exclusão sobrancelhal. Gente como Malu Mader e Juca "Albieri" de Oliveira andando por aí com sobrancelhas riquíssimas em pêlos e o Esperidião Amin -ô, coitado!- sem nada. Como diria o Lilico do bumbo: é bonito isso? Não, não é bonito nem justo. Quem tem bastas pilosidades sobre as pálpebras deveria doar pelo menos alguns pelinhos aos despossuídos sobrancelhais, por um país esteticamente equânime. Mas é claro que, aqui, nenhum posto de doação funcionaria: o que ia ter de gente doando pêlo de vassoura de piaçava, cabelo de xoxeta e anteninha de barata não estaria no gibi. Pobres dos browless que não têm uma ONG para lutar pelos seus pêlos.
Encravado por Ruy Goiaba em puragoiaba
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