26.9.05

Jesus, me chicoteia!

Câmera lenta
O pior do acidente foi que tudo aconteceu em câmera lenta. Vi o poste chegando, chegando, beeem devagar. E pensava:
— Viiiiiiixe, o pooooooooooosteeeeeeeeee...
Então houve o impacto e eu senti a traseira do carro levantando, a frente se retorcendo e o bicho girando.
— Foooooooodeeeeeeeeeeeeeu. O ciiiiiiiiiiiiinto nãaaaaaaaaao agüeeeeeeeeeenta...
O cinto agüentou, porém, o banco foi jogado pra trás e eu fiquei balangando pra lá e pra cá por um tempo (mas muito lentamente). Vi pedaços do volante e do painel voarem em câmera lenta, e então o mundo voltou a sua rotação normal.
O negócio é que agora eu revivo a cena em todos os seus detalhes. Retrocedo a fita, avanço rapidamente, depois em slow motion, depois quadro-a-quadro. Com o tempo, a coisa sofisticou-se: agora vejo a cena do meu ponto de vista, depois de trás do carro, depois da calçada oposta, depois do ponto de vista do pobre poste.
O resultado é que eu não durmo, então acho que vou atormentá-los com outro post sem pé nem cabeça (ao contrário deste que vos fala, que milagrosamente tem pé, um exagero de cabeça, e tudo intacto entre os dois extremos).

Jesus, me chicoteia!

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