De mãos dadas
A realidade é uma puta de rua. Não foi difícil encontrá-la: ela me abordou na primeira esquina. E aí, vamos? Vamos. Fui com a realidade ao quarto 15 de um hotelzinho sujo do centro da cidade. E então, o que vai ser?, ela perguntou ao chegarmos. Nada, eu disse, eu quero dormir de mãos dadas. Ela demorou a entender. Você não quer foder comigo?, perguntou, irônica. E eu disse não, não quero, eu só quero dormir de mãos dadas. Aí ela desatou a chorar, coitadinha. E o pior é que a realidade não tem consolo. Mas pelo menos naquela noite eu não paguei por ela.
diferença nenhuma
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