Design by Capitu, a oblíqua
Fico sabendo na sexta que no sábado um amigo antigo do gatim ia se casar e a encarregada de achar o presente era, claro, yours truly. Bão, levando em consideração que:
1- eu nunca vi a noiva mais gringa;
2- não vemos o noivo há anos e eu mesma não o conheço tão bem;
3- o casal de lá mora na Suécia, pra onde deve voltar em breve;
4- o casal de cá não anda especialmente endinheirado;
5- o presente tinha que ser pro casal (ou seja, pra casa), comprado na última hora e não podia ser muito pesado (nem na bagagem deles nem no nosso cheque especial),
convenhamos que eu me vi sem muita margem de manobra. Mesmo sabendo que eles moram na terra da ikea, me mandei pra Tok & Stok em busca de algo que não nos fizesse passar vergonha nem (muita) raiva neles. Não foi fácil. Quando finalmente cheguei ao meu short-list, liguei pro marido desnaturado em busca de apoio :
- Lindo, sou eu. Tô procurando o presente de casamento do Martinho e tá difícil.
- Aquele kit de fazer caipirinha que você tinha falado não tem mais ?
- Só tem um, que tá compondo um ambiente, e quando é assim a menina diz que eles não vendem. E ainda que vendessem, é muito pesado, tem um copo enorme de vidro grossão, pesa mais de quilo. E é frágil.
- E aí?
- Então tô entre uns enfeites simples mas legaizinhos, coisas que eles não vão achar lá: umas esculturinhas de ferro de uma designer brasileira ou um jogo de 3 tigelinhas bem rústico, mas bem bacana. É bonitinho mesmo, parece indiano, ou indígena, sei lá. É indie, de qualquer forma...
- É leve?
- É, sim. Não sei bem do que é feito, mas parece chifre...
- Chifre?
- É.
- Pro presente de casamento?
Fui de esculturinhas. Ferro neles. Melhor assim. Mesmo que a ascendência da moça seja viking, e que ela possa considerar as guampas como coisa viril e honrosa, melhor respeitar a brasilidade nagô do noivo... e os nossos dentes. Nada de chifre.
cyn city